CORRER DEMAIS FAZ MAL? EXISTE VÍCIO EM CORRIDA?

A prática regular de exercícios físicos é amplamente reconhecida como benéfica para a saúde, tanto física quanto mental. No entanto, é importante compreender em que momento o exercício pode se tornar prejudicial e afetar negativamente o nosso bem-estar. Recentemente, deparei-me com uma notícia veiculada pela globo.com no dia 17 de Maio, que abordava esse tema de forma interessante e provocativa.

No subtítulo dessa matéria, notei um possível sensacionalismo na promoção das informações. A pesquisa mencionada, publicada no Frontiers, sugere que o exagero na prática de exercícios pode funcionar como uma válvula de escape ou até mesmo um vício. No entanto, ao ler o artigo original, pude perceber que existem mais pontos positivos do que negativos relacionados à prática regular de exercícios.

Começando pelo primeiro parágrafo, é comum considerar a corrida como um dos exercícios favoritos para entrar em forma. A corrida é um esporte democrático, no qual você pode simplesmente calçar seus tênis, vestir uma roupa confortável e sair para correr em qualquer lugar. Além dos benefícios físicos, como tonificação muscular e ativação do corpo, a corrida também proporciona impactos positivos para a saúde mental. A relação entre exercício físico e saúde mental é um tema que tenho explorado em meus vídeos no canal. A prática de exercícios estimula a liberação de hormônios no organismo, que têm um efeito positivo no funcionamento do cérebro.

No entanto, a partir desse momento, a matéria começa a abordar uma perspectiva tendenciosa, sugerindo que pessoas que fazem exercícios regularmente são incapazes de lidar com os problemas de suas vidas. Isso pode levar à ideia de que o exercício é apenas uma válvula de escape para esquecer situações ruins. No entanto, é importante considerar que ter um momento de lazer e realizar atividades que proporcionem um alívio temporário dos problemas não é necessariamente algo negativo.

No estudo mencionado na matéria, publicado na revista Frontiers, foi explorada a relação entre dependência do exercício e bem-estar subjetivo. O estudo identificou duas formas de escapismo na prática da corrida recreacional e sua relação com a dependência do exercício. Esses resultados mostram que a dependência não é uma característica exclusiva de todas as pessoas que praticam exercícios físicos, mas sim uma resposta individual à prática.

O conceito de escapismo pode ser entendido como um desvio habitual da mente para atividades imaginativas ou de entretenimento, que proporcionam uma fuga da realidade ou rotina. Nesse contexto, o escapismo através do exercício físico pode ser considerado uma forma positiva de lidar com as adversidades da vida. É uma maneira de encontrar prazer e alívio em meio a uma rotina desgastante, estressante ou desafiadora.

No entanto, é importante mencionar que o estudo aponta para a existência de dois caminhos possíveis em relação à dependência do exercício: a autossupressão e a autoexpansão. A autossupressão ocorre quando a pessoa se torna excessivamente obcecada pelo exercício, direcionando toda sua vida e rotina para a prática. Esse comportamento pode resultar em uma redução da satisfação geral com a vida, principalmente quando comparada a atletas profissionais cujas rotinas são totalmente voltadas para o esporte.

Além disso, a autossupressão também pode levar a uma diminuição do autocontrole, resultando em maior irritabilidade e dificuldade em lidar com problemas cotidianos. É importante entender que a vida de um atleta profissional é diferente da vida de uma pessoa comum. Comparar-se constantemente com atletas e sentir-se insatisfeito por não alcançar o mesmo nível de desempenho pode gerar frustração e infelicidade.

Em resumo, o exercício físico é benéfico para a saúde, tanto física quanto mental. A prática regular de atividades físicas pode trazer diversos benefícios, como o fortalecimento muscular, a melhora da capacidade cardiorrespiratória e a redução do estresse e ansiedade. No entanto, é importante encontrar um equilíbrio e evitar a autossupressão, que ocorre quando a prática se torna excessiva e prejudicial à saúde física e mental. O exercício deve ser encarado como uma atividade prazerosa e saudável, que contribui para o bem-estar geral, sem se tornar uma fonte de pressão ou insatisfação.

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